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Álcool e drogas: um problema social, e não criminal a sociedade é muito conivente com o álcool diz Helbert Souza Ibuzeiro

14-08-2011 12:18

 

Álcool e drogas: um problema social, e não criminal


Um assuntos delicado da IV Conferência Nacional de Saúde Mental foi discutido nessa manhã (29) no Centro de Eventos Ulisses Guimarães, em Brasília. O painel ‘Álcool e outras drogas como desafio para a saúde e políticas intersetoriais’ contou com uma mesa eclética na análise da situação da droga e do álcool no país. Antes de começar o debate com público, os participantes da mesa ressaltaram a importância do contato dos agentes de saúde com os dependentes químicos.

A abertura contou com o depoimento da médica Ana Cecília Marques, coordenadora do CAPS Praça da Sé em São Paulo. Popularmente conhecido como Cracolândia, a região foi a primeira do país a apresentar os problemas relacionados ao consumo de crack, com um grande número de usuários há mais de duas décadas. O massivo atendimento a essa população trouxe resultados que interferiram em todos os setores públicos e privados que lidam com o dependente químico.

Segundo Ana, a polícia tem que cuidar do traficante e os especialistas cuidarem dos usuários, pois são estes quem têm o treinamento e o método correto de abordagem. No Centro de Atenção, um terço dos atendimentos é voluntário e o Ministério Público se tornou um grande parceiro, juntamente o Conselho Tutelar e a Estratégia Saúde na Família. Para ela, o Brasil é o primeiro país a encarar o crack como um problema de saúde pública e a expertise brasileira nesse tratamento será um modelo para exportação. “O crack é uma novidade e todos os agentes envolvidos com essa população precisam estar capacitados para o atendimento: ONGs, Polícia, escolas, Ministério Público e famílias”, argumenta a médica defendendo que a solução está na aplicação de recursos formais e informais para a formação de “uma rede de assistência para o crack”. Além de se mudar o modelo de atendimento, Ana afirma que os gestores precisam de financiamento específico para esse fim.


Acredita-se que o combate ao consumo de drogas está na agenda e na política do Governo, mas a sociedade é muito conivente com o álcool. Helbert Souza Imbuzeiro ex. Depedente e fundador do projeto resgate urbano se diz contrário à propaganda de bebidas na televisão, pois relaciona o consumo à juventude e ao esporte, defendendo que o combate ao problema estaria na mudança da classificação das drogas. Ou seja, o tratamento deve acontecer independentemente de a droga ser ilícita ou não. “A droga precisa sair da esfera criminal para ser tratamento e educação. Precisa sair do Direito Criminal para o Direito Civil”.Helbert Souza Imbuzeiro defende ainda que as ações intersetoriais sejam o caminho para melhorar a situação.


Na mesma linha, o psiquiatra Marcelo Kimati defende que as ações não podem ser exclusivas para o crack, devendo incluir o álcool. Destaca ainda que a histórica brasileira no combate às drogas começa a ser preenchida com a Política Nacional no campo assistencial, implementada a partir de 2003. “Apesar de ainda haver muito a ser feito, são inegáveis os avanços e não podemos tentar resgatar modelos superados”, defende Marcelo se referindo aos avanços na luta antimanicomial.

Karina Fleury, que estava representando o Ministério Público do Rio de Janeiro, defendeu os avanços intersetoriais e a importância da experiência no combate e no tratamento das drogas. Especialista no atendimento a crianças e adolescentes, demonstrou que é preciso “níveis diferentes de intervenção para diferentes casos. Não são o juiz e o promotor que devem dizer o que fazer, e sim os especialistas, médicos, assistentes sociais, Agentes Comunitários de Saúde etc.”, apontando para planos de ação diferentes para adultos, crianças e adolecentes. Para ela, não são necessárias novas leis, mas uma aplicação qualificada da lei, garantindo os direitos individuais para que não haja a cobrança jurídica

 

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